Novo método alternativo para criação de células semelhantes a neurônios humanos é uma alternativa a testes em animais
Uma pós-graduada pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, descobriu uma alternativa econômica e livre de crueldade para os testes cerebrais em roedores. Emily Rose-Martin, descobriu um método para a criação de células semelhantes aos neurônios do cérebro humano (que atuam como transmissores de informações) para uso em pesquisas cientÃficas, salvando, assim, vidas de animais e removendo dilemas éticos de projetos de pesquisas.Â
A descoberta foi feita enquanto participava doprograma de verão para Pesquisas Livre de Animais Reino Unido 2022. O curso dá aos cientistas recém-formados a oportunidade de considerar a importância dos métodos de testes sem animais no tratamento de doenças humanas. Sua pesquisa foi publicada na revista de farmáciaFrontiers in Pharmacology.
Replicando neurônios humanos
Rose-Martin estava focada em neurônios glutamatérgicos, que são células cerebrais capazes de aumentar a eficácia de outros neurônios e de impactar em nossas capacidades de comunicar e realizar funções cotidianas.Â
Devido a uma incapacidade de converter células cerebrais humanas em variações glutamatérgicas, os neurocientistas tiveram dificuldades para progredir em suas pesquisas sobre distúrbios cerebrais. Emily constatou uma maneira de fazer exatamente isso, mas sem o uso de nenhum componente derivado de animais.
Professor Asami Oguro-Ando, pesquisador chefe, considera o avanço significativo para o desenvolvimento rápido e mais econômico de tratamentos de distúrbios cerebrais. Segundo ele, Emily oferece aos neurocientistas uma nova ferramenta para estudar a função dos neurônios glutamatérgicos na função cerebral saudável e, também, a sua imprecisão em doenças ou distúrbios cerebrais. Oguro-Ando, complementa ainda, que por ser mais barato, permite gerar um grande número de células neuronais, que podem ser usadas para testar a segurança de remédios ou novos tratamentos em neurônios em estudos farmacológicos de toxicidade.
Limitações do teste em animais
De acordo com oCruelty Free International, 92% dos remédios considerados seguros em testes em animais, falham em testes humanos. Por causa disso, ativistas dos direitos dos animais econsumidores estão exigindo que sejam introduzidos testes alternativos.Â
Algumas empresas e instituições tomaram medidas recentes para se afastar dos testes em animais. O Departamento dos Transporte dos Estados Unidos anunciou em agosto deste ano, que não exigirá maistestes cutâneos em animais. AAir FranceeEgypt Air, após um intensolobbyde ativistas do bem-estar animal, também pararam de transportar macacos para testes.
Emily espera que sua descoberta, além de salvar inúmeras vidas animais, acelere o desenvolvimento de novas terapias para ajudar pessoas afetadas por distúrbios a gerenciar melhor seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
Leia mais também sobre os métodos alternativos desenvolvidos em laboratório, que tornam o fim dos testes em animais uma possibilidade realista para o futuro em nosso artigo.Â